domingo, 19 de setembro de 2010

Enquanto caminhamos em direção ao MASP, Marcela me perguntava mais sobre a noite passada.
- E o que vocês combinaram?
- Nada demais. Ele me falou que o Márcio te chamou para ir em uma balada sertaneja na quinta né? - Respondi.
- Foi. Mas eu sei que você não gosta, então falei que não sabia se você ia topar.
- Realmente eu não gosto, mas eu até topo. Uma vez ou outra eu não vou morrer. Mas o João falou que não é para ficarmos no alojamento mais, que devíamos ficar lá com eles.
- E nós vamos ficar lá? - Marcela me perguntou
- Acho complicado, o evento na USP dura até muito tarde. Vamos ter que pegar o metrô, acho melhor ficarmos na USP mesmo. Na quinta vamos para lá de novo. Mas qualquer coisa eu ligo para o João.
- OK. - Marcela riu.

Na quinta de tarde, resolvi mandar uma mensagem para o João perguntando onde iríamos, já que a Marcela queria saber se realmente ia rolar a tal balada sertaneja.
- Mah, ele respondeu. Falou que está muito cansado do trabalho e prefere uma coisa mais calma.
- Então me passa o celular aí, vou responder a mensagem. Vou mandar que a gente vai naquele bar perto da casa dele mesmo, pode ser?
- Por mim pode. - Respondi enquanto arrumava as minhas coisas para sair para o congresso.

Ele não respondeu. Fui para meu mini-curso. No meio da apresentação, Marcela pega meu celular para mandar outra mensagem para João e falar que iríamos sair tarde e que atrasaríamos. Quando ela volta, me mostra a mensagem, escrita o seguinte: "Estou muito cansado, e o Márcio vai trabalhar até tarde. Acho que não rola de sair." Olhei para Marcela, peguei meu celular e apaguei a mensagem. Não falei mais nada.
- Você não vai responder Liz? - Ela me perguntou.
- Não Mah.
E voltei a prestar atenção na apresentação. Quando saímos do mini-curso, Marcela que sabia que eu estava muito puta, foi conversar comigo.
- Liz, ele não falou que não era pra nós irmos para lá, só falou que não queria sair.
- Eu não vou Mah. Primeiro ele fica mais de um mês me chamando para vir para São Paulo ficar com ele, eu venho e ele faz isso? Não vou mesmo. E outra, ficou falando para ficar lá, dormindo lá. Tá bom, viu?
- Calma, Liz.
- Vou ficar.
- Então você não vai para lá mesmo, e nem vai responde-lo?
- Não. Nem uma coisa, nem outra. Nós vamos é para balada.

Não fomos para balada, mas só porque estava rolando uma festinha na USP mesmo e nossos amigos resolveram que iam para lá mesmo. Fomos junto. (Na verdade eu ainda estava com muita raiva até mesmo para sair para balada) Até que estava cheia de gente, mas festinha de faculdade é aquela coisa de sempre, uma banda de rock, cerveja quente e seus amigos otários e bêbados. Ficamos lá conversando com um pessoal que também estava no congresso, até que a Marcela resolveu que queria cerveja, saímos para comprar até que um cara começou a falar com ela. Eu nem vi e continuei andando.
- Liz, me espera. - Marcela me gritou.
Olhei e vi que o cara estava segurando ela, e não deixava ela andar, sair, se movimentar ou nada parecido. (Detesto esses caras!) E comecei a rir, não sabia o que fazer. Quando olhei para minha frente tinha um cara (muito gatinho) com um celular na mão.
- Atende aí. - Ele me falou.
Olhei sem entender nada. E ele olhando para mim, rindo e falou de novo:
- Atende, estou te ligando tem um tempo e você nada de me atender.
- É porque é interurbano. - Respondi levando na brincadeira.
- Então me passa seu celular de novo.
- Hahahaha. É esse.
Ele pegou e ligou. Peguei meu celular na bolsa e ele perguntou:
- Tocando?
- Tocando.
- Prazer, eu sou o Gustavo.
- Prazer, Liz.
E aí ele me deu aquele beijo. Até me esqueci da Marcela com o cara perseguindo ela.
- O que você faz Liz?
- Sou arqueóloga. Estou aqui em um congresso.
- Sério? De onde você é?
- Curitiba. E você faz o que?
- Geologia. E até quando você fica aqui na cidade? Está hospedada onde?
- Até amanhã, aqui mesmo no CEPE-USP.
Nisso, sinto um puxão na minha bolsa. Era a Marcela, que ainda não tinha ficado livre do cara me pedindo para salva-la com aquele puxão.
- Vou ter que salvar minha amiga ali. Tem um cara enchendo ela.
- Volta, viu?

- Que cara chato, Marcela. E ainda atrapalhou minha pegada.
- Liz, tem um tempão que ele está me enchendo e só depois que fui lá te atrapalhar.
- Mesmo assim, o cara era gente boa, e gatinho.
- Ah Liz.
- Vamos lá no pessoal.

- Eta vocês duas, vi vocês pegando ali. - Falou um amigo nosso rindo.
- É, e a Marcela atrapalhou minha pegada. - Falei rindo.
- Eu não peguei aquele cara não, cara chato. E não te atrapalhei Liz, só queria sair de lá.
- Volta no carinha seu lá agora Liz. - Falou esse meu amigo.
- Ah não. Vou dormir já. Estou cansada.
- Pediu para parar Liz? - Ele riu.
- Tipo isso. Vamos Mah ou você vai ficar?
- Vamos.

Enquanto fomos embora fui pensando o quanto ainda estava chateada com o João, mesmo depois de tudo. Marcela percebeu isso. Até por isso resolvi ir embora mais cedo. Ela falou alguma coisa, mais nada que fizesse muito efeito. Essas coisas, só com o tempo mesmo. Sei que quando chegamos no alojamento peguei meu celular e tinha uma mensagem recebida. Estava escrita o seguinte: "Adorei te conhecer, posso te ver amanhã? Beijos. Geólogo USP." Mostrei para Marcela. Ri e fui dormir.

4 comentários:

Kammy - Comer, Blogar, Amar... disse...

Amei..rss

(a loka aqui ta torcendo pra vc ligar pro Joao hauhau)
beijinhos
kammy

subindonosalto.com disse...

Tô com a Kammy! hahahahahaha
Gente, eu morro de curiosidade com textos assim!

=*

Carla disse...

Ah não... sou do team Gustavo kkkk
E conta como essa história terminou, hein!!! rsrs

Beijinhos

Liz Marinho disse...

HAHAHHA, pode deixar que eu vou contar sim! Beijos meninas!