segunda-feira, 19 de julho de 2010

Paga ou não paga?

Ontem de noite, quando resolvi que não ia sair para balada; peguei o restinho de martini que tinha na minha garrafa, senti-me em frente esse computador e começei a conversar com Juliana novamente pelo msn. Depois de algum tempo que estamos conversando, adicionamos nossa amiga Yasmin, 23 anos, arquiteta, que também mora em Campinas e namora há 56 anos com nosso também querido amigo Andrezão, 21 anos, publicitário. E eis que ela entra no meio de um assunto polêmico na nossa conversa.
E eu, nada discreta viro e pergunto:
- Yasmin, para você, mulher paga o motel junto? Ou isso é coisa de homem?
- Sinceridade, amizade. - Ju fala.
- Isso é coisa de homem. Mulher não paga nem conta de buteco, ainda mais motel. - Yasmin responde.
- Por que amizade? Nossa eu não queria namorar com você, se fosse homem é claro - Disse Ju.
- Hahahahaha. Andrezão não deixa eu pagar nada. - Yasmin (Acho eu que espantada).
- Porque ele é otário. - Eu digo.
- Hahahaha, mas que conversa ehn? Otário nada, ele é um fofo. - Yasmin constrangida.
- Nem acho amizade, posso estar sendo moderninha demais, ou sei lá o que, mas me sinto meio que "vendida" quando o homem paga tudo sozinho. Parece que estou com ele pelo dinheiro. - Comentou Ju.
- Nem é só isso sabe. - Complementei
- Nossa, eu não penso assim. Vejo como uma forma de cavalheirismo dele. Ele é quem sempre me chama para sair. - Disse Yasmin.
- Sim, concordo que às vezes é bacana o homem pagar. Mas sempre eu acho abuso - Ju respondeu.
- Você goza, não goza Yasmim? Porque se você não goza, eu não sei porque você tá com ele há 30 anos.  - Perguntei
- Tipo, o que a Liz está tentando dizer nessa palavras delicadas é que, direitos e deveres devem ser iguais. - Ju explicou.
- Gozo! Sua louca. Eu sou normal. - Yasmin extremamente constrangida.
- Então, se você goza, e é normal. Nada mais normal do que pagar a conta do motel junto. O prazer é para os dois. - Afirmei.
- Não necessariamente, no meu caso. Eu não estou trabalhando, e já ofereci para pagar as coisas, mas ele não deixa de jeito algum. Fala que não aceita mulher pagar as coisas, que se eu tenho dinheiro, que eu gaste comigo. - Yasmin explicou.
- Andrezão é machão. Concordo em parte, isso é muito de criação. - Ju complementa.
- Mas não estamos falando de só você e do Andrezão. Estamos falando do todas as mulheres. - Falei.
- Eu gosto de sentar no bar, comer, beber e pagar a minha parte. Ficava com um cara que para ele era uma ofensa eu querer pagar. Só que praticamente eu sempre dava um jeito e pagava. Teve umas duas saídas que ele pagou tudo, na terceira eu falei que ia no banheiro, fui no caixa e paguei minha parte. Fiz o que achava certo - Contou Ju.
- Ju é o máximo! Hahaha - Riu Yasmin.
- O Senhor Modelo sempre queria pagar as coisas para mim. Daí quando eu falava que não, ele achava ruim. O dia que ele me chamou para ir no motel, e eu falei que não, e expliquei que também não curtia muito motéis, que preferia ir em hotéis; e mesmo sendo mais caro eu ajudava a pagar e tal, ele me olhou com uma cara e disse: O QUE? VOCÊ RACHA A CONTA DO MOTEL? - Contei.
- Uma amiga minha da Unicamp me contou uma vez que foi para o motel com um cara, quando chegou lá ele virou para ela e disse: E aí, vai pagar a sua parte no dinheiro ou cartão? - Contou Ju.
- Aí eu acho abuso. A mulher tem que oferecer, ou no máximo os dois tem que conversar antes. - Falei
- Nossa, que educado! - Yasmin chocada.
- Eu acho assim, que o cara nunca deve falar: Olha a conta deu 30 reais, me dá 15 aí. Isso é chato - Disse Ju.
- Eu nunca mais transava com o cara, mesmo que ele fosse bom de cama, e lindo. - Comentei.
- E esse exemplo não é só para o motel, é para tudo. Bar, lanchonete, posto de gasolina. - Ju falou.

Depois da nossa conversa eu fiquei pensando em tudo. E aí lembrei de uma professora da faculdade que foi para a Marcha das Mulheres em São Paulo e depois contou para nós como foi e nos ensinou algumas palavras de ordem. Não me lembro de todas, apenas de algumas como: "João, João cozinha esse feijão!" Raimundo, Raimundo limpa esse chão imundo!" E no mesmo estilo tinham duas que me chamam atenção para a conversa. Que eram assim: "..., aprende a fazer sexo!" "..., cadê o meu orgasmo!" Não importa como seja a palavra de ordem. Mas o efeito que tenha, pois se as mulheres estão reivindicando o seu direito de fazer sexo e sentir prazer; por que não pagar a conta do motel também? Contraditório não?

2 comentários:

Yasmin disse...

Isso ainda vai render muuuuita conversa! Essa foi a primeira...

Liz Marinho disse...

Bom que rende muito post para o blog!